UBUNTU

Érika Rodrigues Coelho


A obra “Ubuntu” apresenta a força do negro e afrodescendente fundamentado em um símbolo adinkra, dos Axantis em Gana: o jacarés siameses denominados Odenkyem Mmemu, ou Funtun-Funefu. O ícone é a representação de dois jacarés fundidos pelo estômago reafirmando a coletividade, o comunalismo, a democracia, a divisão através da união mostrando a equanimidade como um fundamento de matriz africana.

A imagem dos jacarés surgindo da água, esse elemento fluido ligado ao mundo emocional, mostra a base estruturante de um punho antirracista que se ergue como um mastro hasteador de uma bandeira, a palavra “força”.

Odenkyem Mmemu surge nessa obra representando a própria noção de “ubuntu”, conceito que liga o indivíduo ao seu grupo e que afirma a constituição de um ser condicionado a seu pares, evocando a integralidade, alteridade, irmandade e solidariedade.

A terra e o alimento são repartidos e constituem-se propriedade coletiva própria do ethos africano, essa condição de compromisso uns com os outros, de coletividade e união é o que conseguiu trazer até os dias atuais via manifestações culturais negras que resistiram ao processo ocidentalizador mundial, toda potência que o negro possui e preserva consubstanciada em sua cultura, portanto, sua força.

PALAVRAS-CHAVE: PINTURA, NEGRITUDE, SIMBOLISMO, DEMOCRACIA

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