MEMENTO MORI: VOZES DO ANTROPOCENO

Luciana Beatriz Chagas


Neste painel cerâmico, coloquei a figura humana lado a lado com os fósseis de animais extintos, para falar de extinção, transitoriedade e do tempo geológico, que está muito além da nossa condição biológica.

Memento Mori é uma expressão latina para “lembra-te que vais morrer”, e na história da arte europeia foi tema de pinturas moralizantes, pela dominância de temas ligados à virtude do caráter, a vaidade, a transitoriedade da vida e a mortalidade.

Na história do planeta, a extinção de uma espécie é rara, uma vez que as espécies se transformam, através das eras, pela seleção natural.

Sempre houve taxa de “extinção de fundo” de uma espécie extinta a cada mil anos, aproximadamente.

Uma “extinção em massa” é assim caracterizada quando ocorrem grandes perdas de biodiversidade de maneira rápida e global, normalmente causadas por fatores externos, como drásticas mudanças ambientais.

Hoje, a taxa de extinção de espécies por causas antropogênicas (caça extensiva, perda de habitat por desmatamento, ocupação do solo pelos humanos, alterações de temperatura e química do ar e das águas, concorrência com espécies invasoras exóticas introduzidas pelo ser humano) ultrapassa mil vezes a taxa de extinção de fundo, o que pode ser considerado um evento de extinção em massa, ocorrendo neste exato momento.

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